Como a Cultura Maker influencia na educação de crianças e adolescentes?

Publicado em 17 de julho de 2023

Autonomia é uma virtude que deve ser incentivada desde cedo, tanto pela família, quanto no ambiente escolar . No que tange à escola, algo que ajuda é a Cultura Maker, que consiste em pôr a mão na massa e tomar a responsabilidade de fabricar, construir, reparar e alterar objetos.

Considerada uma filosofia, o “faça você mesmo” recorre à ideia de que todos podem  manipular objetos com as próprias mãos, de forma criativa e integrada à aprendizagem.

Para a aprendizagem, o seu principal objetivo é fazer com que o aluno desperte o seu potencial criativo, em ambientes colaborativos e personalizados.

Neste blog, vamos falar sobre o que é cultura maker, bem como os seus benefícios para a educação e cotidiano de crianças e adolescentes.

Como surgiu a cultura maker?

O primeiro registro de um manual com o conceito de fazer as coisas por conta própria é de 1683, escrito pelo tipógrafo inglês Joseph Moxon.

Já a noção moderna do Do It Yourself – D.I.Y. (“faça você mesmo”, em português) nasceu nos Estados Unidos, em 1912, como um método de manutenção e melhoria nas casas, usando apenas materiais já disponíveis.

Na década de 1950, com o fim da 2ª Guerra Mundial, essa prática se tornou necessária em toda a Europa e também nos Estados Unidos pela dificuldade de mão de obra, somada à escassez de materiais e recursos, junto à crise econômica.

Com o passar dos tempos, movimentos em defesa da sustentabilidade agregaram o conceito do D.I.Y., principalmente pela necessidade de frear o uso de recursos renováveis e não-renováveis.

O manifesto maker propõe 10 ações que resumem a filosofia do movimento. São eles: faça, compartilhe, presenteie, aprenda, equipe-se, divirta-se, participe, apoie, mude, permita-se errar. 

A cultura maker ganhou maior destaque na Educação a partir da mobilização do conceito de conteúdo, que foi ressignificado pela noção de habilidade, competência e atitudes, isso ocorrendo especialmente com a chamada 4ª revolução industrial, caracterizada pela automatização, internet das coisas, computação em nuvem e, mais recentemente, com a difusão da Inteligência Artificial.

Vê-se com isso que o “faça você mesmo”  valoriza a criatividade, as práticas saudáveis, a solidariedade e atividades em equipe.

Benefícios da Cultura Maker

Como vimos, a adesão do “faça você mesmo” oferece diversos benefícios para o desenvolvimento de um indivíduo, por torná-lo mais criativo, saudável e autônomo.

Motivar  seu filho a aderir a essas atitudes serve para estimulá-lo a desenvolver  o aprendizado por meio da prática.

Entre os benefícios da cultura maker, estão:

  • Estímulo à criatividade;
  • Saber lidar com novos desafios;
  • Aumento da resiliência;
  • Busca por soluções de problemas;
  • Incentivo à imaginação, invenção e recriação;
  • Uso de diferentes linguagens para se comunicar;
  • Incremento ao trabalho em grupo;
  • Estímulo ao senso de liderança.

Como incentivar seu filho nesse aprendizado?

É comum que muitas famílias tenham resistência à cultura maker, por entenderem que a melhor maneira do aluno aprender seja  através de aulas, leituras em livros didáticos, resolução de exercícios e boas notas nas avaliações.

Obviamente, tais práticas não devem ser desconsideradas, pois têm sua eficácia comprovada há séculos. No entanto, é importante que os responsáveis percebam que há uma nova lógica de ensino sendo praticada, que colabora fortemente na maneira como se aprende.

A partir disso, pensando também na maneira como nos comportamos em sociedade atualmente, é fundamental que os pais comecem a incluir novas atividades na rotina dos seus filhos.

Isso pode ser feito a partir de tarefas simples, como deixar que os jovens façam uma pesquisa por conta própria, indo até atividades mais complexas, como deixar que elas façam projetos sozinhas, onde o adulto apenas supervisiona a situação.

O mais importante é que os pais demonstrem confiar genuinamente em seus filhos, para que eles também se sintam aptos a realizar essas ações.

E claro, é fundamental contar com a colaboração da escola, para que o incentivo seja contínuo.

Como a escola deve trabalhar a cultura maker

Em sala de aula, as oportunidades para se trabalhar a cultura maker são diversas. É possível integrá-la em abordagens multidisciplinares, de forma personalizada para cada fase do ensino.

A princípio, a estratégia mais ampla é a partir de atividades já comuns em escolas, como:

  • Feiras de ciências: elas permitem que os estudantes repliquem as ações da natureza em projetos práticos.
  • Incentivo a trabalhos colaborativos: quando os estudantes atuam juntos em prol do mesmo objetivo, eles se tornam ainda mais preparados para esta cultura.
  • Uso da tecnologia: como os alunos já vivem em uma sociedade fortemente influenciada pelas novas tecnologias, a adesão de recursos tecnológicos pode ajudar as instituições de ensino rumo à cultura maker.

O que é imprescindível para uma adesão positiva da cultura maker na escola é que seja feito um excelente planejamento, seguido de formação continuada dos professores e demais educadores, além do envolvimento do conjunto de estudantes.

E, para que o aluno abrace a pesquisa e a desenvolva de maneira satisfatória, é preciso que o tema lhe desperte a curiosidade e tenha significado.

Por fim, como bem vimos, a cultura maker já é bem presente nas salas de aula e sua eficácia é comprovada, sendo de muito valor para a formação de pessoas mais íntegras.

Na Multiverso Educação, temos total ciência de seus valores e benefícios, por isso, buscamos sempre as melhores práticas de como envolver os alunos nessas atividades, incentivando a liderança, criatividade e senso de responsabilidade.

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