A educação em tempo integral não se resume a ampliar o período na escola; é uma abordagem holística que busca desenvolver não apenas as mentes, mas também os corpos dos estudantes.
Nesse sentido, uma alimentação saudável e saborosa ganha muita importância, afinal, a capacidade dos estudantes de absorverem conhecimento, manterem o foco e desenvolverem habilidades cognitivas também depende disso.
No entanto, conciliar sabor e nutrição tornou-se uma das principais dificuldades enfrentadas pelas famílias ao alimentar crianças e adolescentes.
O senso comum, nem sempre com razão, pressupõe que alimentos nutritivos não agradam ao paladar dos pequenos. Essa ideia parece se fortalecer com a popularização de alimentos industrializados.
Porém, nos deparamos hoje em dia com profissionais, sobretudo gastrônomos e nutricionistas, criando verdadeiras obras de artes da culinária, unindo sabor, textura, cor e qualidade nutricional, com o propósito de atrair a atenção das crianças e adolescentes.
Quando se fala em alimentação saudável, refere-se àquela que assegura o fornecimento de nutrientes essenciais para o corpo.
Um dos requisitos fundamentais para alcançar esse equilíbrio é a preferência por alimentos pouco processados, com menor teor de gordura, sal e açúcar.
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), criado em 1954, surge como uma resposta governamental para garantir a alimentação nas escolas. Inicialmente conhecido como Programa da Merenda Escolar, o PNAE visa atender aos alunos da rede pública de ensino.
No entanto, vai além de simplesmente fornecer refeições, atuando como um regulador da alimentação saudável dos estudantes.
Segundo as diretrizes do PNAE, o cardápio escolar deve ser composto por 70% de produtos básicos, com, no máximo, 30% de alimentos industrializados.
A intenção é promover uma dieta equilibrada que atenda às necessidades nutricionais dos estudantes.
Neste texto, vamos falar sobre como a educação em tempo integral e uma alimentação nutritiva podem ajudar tanto a cabeça quanto o corpo das crianças e adolescentes, contribuindo para que eles cresçam de forma saudável e tenham sucesso na escola.
Como a alimentação saudável impacta no desempenho acadêmico e no bem-estar dos alunos?
A alimentação saudável é conhecida por ser fundamental não apenas para a saúde geral, mas também para o desempenho acadêmico e o bem-estar de crianças e adolescentes.
Para os alunos em período integral, que passam a maior parte do dia na escola, é especialmente crucial manter uma alimentação equilibrada, já que realizam pelo menos três refeições (dois lanches e o almoço) no ambiente escolar.
Nesse contexto, cabe à escola a responsabilidade de oferecer um cardápio que seja não apenas equilibrado, mas também atraente para os estudantes.
A quantidade de atividades realizadas pelos alunos durante o dia destaca a importância de não negligenciar a alimentação, pois alimentos nutritivos não apenas melhoram o humor, mas também aumentam a capacidade de raciocínio e concentração.
Em última análise, uma alimentação saudável proporciona mais disposição para enfrentar as tarefas escolares. Cuidar da alimentação é, portanto, essencial para promover o bem-estar e o desempenho dos alunos em tempo integral.
Como criar cardápios balanceados e atrativos para os alunos?
Quando se trata de criar cardápios balanceados e atrativos para os alunos, é crucial seguir princípios que levem em consideração não apenas a nutrição adequada, mas também o gosto e a preferência dos estudantes.
Diversidade nutricional é a chave, garantindo a presença equilibrada de proteínas magras, carboidratos complexos, gorduras saudáveis, vitaminas e minerais.
A aparência dos pratos desempenha um papel importante; optar por alimentos coloridos e visualmente atrativos pode estimular o interesse dos alunos e tornar a experiência alimentar mais agradável.
Hoje, é comum nutricionistas e gastrônomos criarem receitas que prezam pela estética, como forma de atrair a atenção e evitar que crianças e adolescentes recusem alimentos saudáveis.
Além disso, também é importante perguntar para os alunos o que eles gostariam de comer. Isso faz com que se sintam mais envolvidos e é mais provável que gostem da comida que é servida.
Outra dica é misturar pratos conhecidos com outros mais diferentes. Isso faz com que a comida seja variada, mas sem perder a familiaridade. E prefira sempre alimentos frescos, evitando processados, assim a comida fica gostosa e saudável.
O que deve ser feito para lidar com restrições alimentares?
A família deve informar sobre as restrições alimentares do aluno no momento da matrícula, especialmente se ele estiver inscrito no período integral.
Se, ao longo do ano, a criança ou adolescente for diagnosticado com alguma intolerância ou alergia, os pais ou responsáveis devem comunicar imediatamente à escola.
Por outro lado, a escola deve ficar atenta a qualquer reação estranha causada pelo consumo de alimentos, o que não é algo raro de acontecer.
Ao ser informada de alguma restrição da criança, a escola deve preparar um cardápio especial para as refeições e manter informados os colaboradores que lidam diretamente com os alunos.
Isso é importante, pois ao longo do ano letivo, são oferecidos alimentos, principalmente guloseimas, em datas especiais da escola, como o início das aulas, o Dia da Criança, o Dia do Estudante, festas juninas, entre outros.
A comida também precisa se adaptar a diferentes gostos e necessidades de cada um. Se algum estudante é vegetariano, por exemplo, necessita de alimentos específicos para as suas refeições.
Como os pais devem conscientizar os filhos sobre uma alimentação saudável?
A responsabilidade principal pela alimentação está nas famílias, pois os filhos passam a maior parte do tempo sob seus cuidados.
A escola também desempenha um papel importante ao oferecer lanches saudáveis na cantina e incluir aulas sobre alimentação com os professores.
Anualmente, a escola deve promover uma formação para orientar os responsáveis sobre práticas saudáveis, sendo essencial contar com a orientação de um nutricionista nas ações escolares para garantir informações corretas.
Com essas iniciativas, torna-se mais fácil para estudantes e familiares entenderem a importância da alimentação saudável.
Há ainda algumas boas práticas que são eficazes. Confira abaixo:
- Sendo exemplo: não adianta pressionar a criança para que se alimente com qualidade, se os adultos não fazem o mesmo;
- Respeitando a decisão da criança: se não gostou de uma determinada comida ao experimentar, não adianta forçar naquele momento. Numa outra ocasião, pode-se tentar novamente;
- Apresentando novos alimentos: é legal mostrar à criança que existem alternativas alimentares e fazer com que ele experimente;
- Testando novos preparos: muitas vezes a inclusão de novo ingrediente, ou até mesmo de uma simples tempero, dá um novo sabor ao alimento, tornando-o atrativo;
- Negociando com eles: alimentação, como tudo na vida, é equilíbrio. Não podemos imaginar que uma criança ou adolescnte só vá consumir alimentos saudáveis e nutritivos. Às vezes vale a pena ceder, autorizando um chocolate, desde que ele inclua uma salada na refeição;
- Envolvendo-os no preparo: crianças adoram atividades práticas. Em casa, ou mesmo na escola, vale a pena convidá-las em algum momento para participar da elaboração de receitas.
Nas escolas Multiverso, além de contar com um cardápio semanal elaborado por profissionais, os professores abordam, de maneira interdisciplinar, temas relacionados às boas práticas alimentares em sala de aula.
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